A corujinha

Esse causo aconteceu numa fazenda, no interior de São Paulo, onde vivia uma família, mãe, pai e seus nove filhos. Algum desses filhos trabalharam na grande plantação de café que tinha em tal fazenda.

Esse causo é de um deles, o Rui, que trabalhava no cafezal:

Num certo dia, os donos dessa fazenda, patrões desse filho, resolveram passear em seus cavalos no meio da tão grande plantação de café e convidaram seu funcionário, o Rui, para lhes acompanhar.

Durante esse passeio, a dona da fazenda, que era uma mulher não acostumada com o interior, o ambiente da fazenda, com o mato, avistou algo no chão. Na descrição dela parecia algo peludo, um bichinho, então disse para o Rui, apontando para a coisa:

                ­- Olha, parece um filhotinho de coruja. Uma corujinha branca. Pega para gente ver, Rui!

Bom, nesse ponto, preciso fazer uma interrupção ao causo propriamente ocorrido para informar ao leitor de um hábito recorrente dos trabalhadores no cafezal. Esses trabalhavam muitas horas por dia, exaustivamente, sem muitas horas para descanso, e num contexto como esse, era normal que eles precisassem fazer suas necessidades atrás dos pés de café mais altos e escondidos… Pois bem, voltemos ao filhote de coruja.

Rui então chegou perto da tal corujinha, quase colocando suas mãos nela pra pegar o bichinho admirado pela patroa. Quase chegando perto, ele olha assustado para a dona da fazenda e diz:

                – Não! Não, não dona. Não é uma corujinha, não vai dar para pegar não!!!

Outra interrupção que faço, é para lembrar daqueles fungos que crescem em frutas, por exemplo, que estão se deteriorando, apodrecendo. Elas ficam com uma casca branca, parecendo quase que um pelo, uma penugem, bem branquinha…

Pois bem, lembra que as pessoas faziam suas necessidades em meio ao cafezal?! Então, elas também se deterioravam…

No fim, a dona ficou sem a tal da corujinha. As acho que foi melhor!

Texto por Edinei de Oliveira Filho

nomes utilizados nos causos do acausos são fictícios, mas juramos que os causos aconteceram mesmo!

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